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Film: Farewell to Spring (1959)

Primeiro do Keisuke Kinoshita que assisto. Segundo os rumores, esse era o primeiro filme japonês com elementos de "homo Afetividade". Infelizmente, é de uma sutileza enorme, sendo apenas entendido como elementos metafóricos como a própria "primavera" dos jovens. Em contraponto à minha decepção acadêmica, trata-se de um ótimo filme, muito bem conduzido, com locações belíssimas do interior nipônico. Um dos pontos altos é uma tradição folclórica suscitada, a qual se apresenta munida de significado dentro da própria história. Trocando em miúdos, uma intertextualidade desse folclore dentro do próprio sentido da obra. Os dezenove samurais da lenda se tornam os cinco amigos ou é a quem eles queriam se tornar, como um dos personagens brinca no começo. Em certo ponto da obra, há uma certa confusão no roteiro, fica difícil diferenciar a quem cada narrativa pertence, mas o elo principal, sendo a amizade ou a desintegração dela entre os cinco, sempre retoma as rédeas da história colocando-a numa linha. É muito bem quisto o tratamento da constante tensão entre a tradição e o moderno do pós-guerra japonês. Kinoshita brinca muito bem com esse aspecto, até mesmo através do figurino, aonde em certos momentos os personagens se vestem tradicionalmente dentro de casa, mas sempre tem a roupa ocidentalizada para ir à rua. Questões como a proletarização do trabalho e a dicotomia entre trabalho/honra/zaibatsus circunda a história dos jovens indiretamente. Um belíssimo e bem regido coming of age do pós-guerra japonês. Ótimo!

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